Lembra da autoavaliação dos níveis de escuta que você fez na atividade anterior? Em qual nível de escuta você passou a maior parte do seu tempo? Se foi nos níveis 1 e 2, não se preocupe. Isso acontece com a maior parte de nós. Como já vimos até aqui, estarmos abertos e nos permitirmos ser vulneráveis é algo que requer prática e atenção constantes. Um bom jeito de praticarmos esse aprofundamento para chegar aos níveis de escuta 3 e 4 é revivendo, mentalmente, situações reais que experimentamos com alguém, escolhendo colocar foco e atenção em pontos para os quais não havíamos nos atentado anteriormente.

Você pode seguir os seguintes passos:

1. Tire um minuto para respirar profundamente e se desconectar do mundo lá fora.
2. Resgate a memória de uma conversa recente que você tenha tido, seja com um familiar, amigo, colega de trabalho ou aluno. Sobre o que vocês estavam falando? Como você se sentiu durante a conversa? Qual foi sua conduta? Em qual nível de escuta você se encontrava?
3. Crie um novo diálogo, sobre o mesmo tema. Ouça os argumentos e pontos de vista do outro, silenciando todo e qualquer julgamento que possa surgir em sua mente. Não brigue com seus pensamentos, somente não alimente o julgamento com sua atenção. Volte totalmente o seu foco para o que o outro está dizendo, sem julgar. É esta voz de julgamento que fecha a sua mente para o outro.
4. Ainda em sua tela mental, observe outras informações presentes na fala do outro, como o tom de voz e as expressões corporais. O que estas informações estão te dizendo?  Coloque-se na posição do outro, sinta em seu coração as razões que levam esta pessoa a se colocar daquela forma. O que está acontecendo na vida desta pessoa? Como ela está se sentindo? Identifique em você se surge algum pensamento que desqualifica o sentimento dessa pessoa. Se sim, esta é a voz do cinismo e é ela que deve ser silenciada para abrir o coração. Pergunte-se: “e se eu estivesse na pele dessa pessoa, com toda a sua história de vida, nesta mesma situação, com os mesmos problemas, enfrentando as mesmas limitações e dificuldades, como eu agiria?”  Respire fundo e permita-se sentir exatamente o que o outro está sentindo.
5. Aumente seu foco e interesse, observando mais detalhadamente o outro. Agora, com este sentimento presente, dedicando sua total atenção ao outro, observe se há novos elementos, ideias, pensamentos, sentimentos ou ações emergindo para você. Olhe para a realidade presente e para todas as possibilidades de futuro que podem surgir. Observe se alguma resistência ao novo surge, pois normalmente ela se origina no medo do desconhecido. Silencie a voz do medo e se visualize encorajando o outro a dar este passo em direção ao novo.
6. Em seu caderno, registre se você percebeu diferenças entre o diálogo original que ocorreu, e o que se passou em sua mente, neste exercício. Se sim, quais foram as principais diferenças?

O que você descobriu ao fazer esse exercício? Se desejar, registre em seu caderno.