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  1. Significado
    16 Atividades
  2. Coerência
    16 Atividades
  3. Ética
    16 Atividades
  4. Perspectiva Global
    16 Atividades
  5. Avaliação
    1 Teste
modulo 3, Atividade 12
Em andamento

12. Dilemas éticos e polaridades na profissão de professor 2

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Como foi seu encontro com a polaridade vivenciada por Hanna no exercício anterior? Você já se sentiu como ela? Não se trata de escolher se você dá atenção a sua família ou a sala de aula, é necessário encontrar um caminho para sustentar as duas coisas ao mesmo tempo. Como os casos tratados aqui são registros reais de professores, a complexidade da vida encontra-se neles presente e é possível, por isso, referir-se a uma mesma polaridade com palavras diferentes ou identificar diferentes polaridades. Não se preocupe em achar a resposta certa. O importante é se conectar com uma perspectiva integral de olhar para as experiências vividas. Nesta atividade apresentamos outro caso, a partir de muitas vozes: pais e professores se posicionam diante de uma realidade vivida. Convidamos você a refletir sobre esse novo dilema e pensar nas polaridades presentes:

– Nunca vi tanta baderna! Minha filha fica me contando como é a vida na Bolívia. O que isso interessa? Ela precisa saber coisas sobre o Brasil, aprender a ler e escrever. – Neste momento lançou um olhar crítico para a professora de geografia, Letícia, recém-formada, e para a professora de português, Juliana. Letícia entendeu o olhar de crítica e respondeu:

– Os alunos precisam saber sobre o mundo, não só sobre o Brasil. Não vivemos isolados. Os países se relacionam, as pessoas migram e imigram, ninguém vive em um casulo. É importante entender sobre a imigração e a cultura dos diversos povos, até para evitar preconceitos.

Giovana retrucou:

– Pois então fale você sobre isso e não fique pedindo para um aluno, que mal fala português, contar sobre o país dele. Minha filha contou que ele fala muito devagar e mistura português com espanhol. O tempo da aula é perdido com histórias sobre o país dele. A escola não é para isso.

A professora de português, Juliana, interrompeu a mãe da aluna e disse que era importante o aluno estrangeiro falar e ter seu tempo para se expressar, pois assim poderia também desenvolver sua habilidade de comunicação em língua portuguesa. Neste momento, Janete, uma mãe muito prestativa na comunidade escolar, mas com um temperamento agressivo, falou mais alto, interrompendo a professora.

– Ele pode falar e praticar português no intervalo, mas na sala de aula, deve ter aula. Minha filha está aqui para falar melhor, escrever melhor, não chegar em casa dizendo: “Mãe, você sabe que avó em espanhol é abuela?”. Agora minha outra filha, de 3 anos, que ouviu essa palavra e deve ter achado bonita, só fala isso, tudo é abuela. O que é isso? Aí pergunto para minha filha, sua aluna, o que significa uma palavra do texto em português e ela não sabe responder. Mas sabe o que é uma abuela. Pode uma coisa dessas?

Fonte: Katherine K. Merseth (coord.) Instituto Península (org.) Desafios Reais do Cotidiano Escolar Brasileiro: 22 dilemas vividos por diretores, coordenadores e professores em escolas de todo Brasil. São Paulo, Moderna, 2018. Página 182-183.