No vídeo “A Borboleta de Austin”, o professor convida a turma a oferecer ajuda a partir de um foco específico. Vamos observar como isso acontece?
Professor: “Ally, o que você diria?
Ally: Ele pode desenhar mais pontuda.
Professor: Bom! Essas asas poderiam ser mais pontudas.
Professor: Quem mais poderia acrescentar algo? Etak, o que mais você diria?
Etak: Falaria sobre aquele ângulo. Porque… Não para ser maldoso sobre o ângulo, mas … Ele não está exato.
Professor: Ok! Então me mostre. Venha aqui, Etak. Me mostre o que você falaria para ele fazer diferente.
Etak: Para ele fazer mais longa (faz o movimento com o dedo mostrando na imagem como seria).
Professor: Isso é bem específico, Etak. Muito obrigado!
Professor: Jamilla, o que você diria?
Jamilla: Eu diria…Como… Como um triângulo?!
Professor: Jamilla, muito bom! Eu adorei isso! Então você está dizendo que era pra ter um formato mais triangular? Eu concordo!
Professor: Pois sabem de uma coisa? As crianças do primeiro ano também tiveram ideias parecidas com estas. E sabem o que Austin disse? Ele disse: Ok! Eu vou tentar!
A escolha do foco e seu compartilhamento entre todos cria condições para que a turma coopere num processo de ajuda qualificada (feedback), vamos olhar mais perto para uma das intervenções, a partir do ponto de vista da cultura de acolhimento:
“Não está ruim e é mesmo uma borboleta. Mas se parece exatamente com esta? (comparando as imagens lado a lado) Não se parece ainda.”
Ao apresentar a primeira produção de Austin, o professor faz a validação dizendo de antemão que ela não está ruim e que se trata mesmo de uma borboleta. Ele pontua o problema: “Austin fez um desenho de cabeça e se esqueceu de usar um olhar científico”. Em seguida situa a produção em um processo (“ainda não se parece”). Ou seja, apresenta de forma implícita a ideia de que Austin é capaz de fazer uma borboleta melhor, que está apenas no início de um rico processo. Todos esses cuidados que o professor tem com o processo de aprendizagem com Austin, as crianças, ao darem um feedback, também terão.
Da mesma forma, o professor cuida para que toda a turma se sinta capaz e potente para prestar ajuda, construindo as condições necessárias para isso.
Um feedback eficiente reúne as três características abaixo:
Ser gentil: escolha suas palavras para não magoar.
Ser empático: não faça julgamentos.
Ser específico: aponte uma melhoria por vez.