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  1. Significado
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  2. Coerência
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  3. Ética
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  4. Perspectiva Global
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  5. Avaliação
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modulo 3, Atividade 3
Em andamento

3. Dilemas

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Às vezes podemos nos deparar com uma situação extremamente complicada, uma ocasião tão delicada e complexa que não encontramos uma solução fácil. Nesses momentos de impasse, a atitude moral, nossos valores e nossas motivações assumem um grande papel. 

Diante de um dilema moral, qualquer posição tomada implica em consequências. Uma das definições de dilema é a necessidade de escolha entre duas saídas contraditórias e igualmente insatisfatórias.

O Prof. Lawrence Kohlberg, da Universidade de Harvard, criou um dilema:

“Na Europa, uma mulher sofria de câncer e estava à beira da morte. Havia um único medicamento que os médicos pensaram que poderia salvá-la. Era uma forma de radium que um farmacêutico da mesma cidade havia descoberto recentemente. O medicamento custava caro para ser fabricado, mas, ao vendê-lo, o farmacêutico cobrava dez vezes o seu valor de custo. Ele pagava 400 dólares pelo radium e cobrava 4.000 dólares por uma pequena dose do medicamento. O marido da mulher doente procurara todo mundo que conhecia para pedir dinheiro emprestado, mas ele só havia conseguido cerca de 2.000 dólares, a metade do preço do medicamento. O marido disse ao farmacêutico que sua esposa estava morrendo e pediu-lhe que vendesse mais barato ou o deixasse pagar depois. Mas o farmacêutico disse: “Não. Eu descobri este medicamento e vou ganhar dinheiro com ele”. Então o marido, depois de tentar resolver o problema por todos os meios dentro da lei, ficou desesperado e pensou em invadir a loja do homem para roubar o medicamento para sua esposa”.

Quando a filósofa e psicóloga Carol Gilligan apresentou esse dilema para algumas pessoas, percebeu que elas enxergaram problemas morais muito diferentes entre si. 

Um grupo achou que o farmacêutico estava errado em não dar algo que manteria alguém vivo. Mas mesmo assim, diante dessa situação, o marido não deveria roubar o remédio. Ele e a esposa deveriam conversar e encontrar outra maneira de ganhar dinheiro. Para esse grupo, a esposa não deveria morrer, mas o marido não deveria fazer uma coisa errada.

Outro grupo viu no dilema um conflito entre os valores da propriedade e da vida. Acharam que o marido deveria roubar o remédio, pois, para eles, a vida vale mais do que o dinheiro. E se o marido fosse pego, até o juiz provavelmente reconheceria que esse roubo era a coisa certa a se fazer nesse caso. Nesse grupo, as pessoas parecem basear seus julgamentos na suposição de que os acordos sociais e as leis são criados em torno da lógica dos valores morais que indicam o que é a coisa certa a se fazer.

Existem, portanto, várias maneiras de encarar um dilema. Podemos priorizar as regras estabelecidas e acreditar que nada deve ser desculpa para quebrá-las; uma vez que a lei existe, ela deve ser seguida. 

Outra forma de ver um dilema é também ponderar as regras e as leis e conceber que existem outros deveres sociais que podem entrar em conflito com elas; os regulamentos são importantes, mas é essencial ver caso a caso.

Outro modo ainda de ver um dilema poderia ser conceber que as normas e as leis são limitadas frente às mais variadas situações e princípios; as leis devem ser construídas e seguidas se estiverem de acordo com princípios éticos universais de justiça, de igualdade de direitos humanos e de respeito pela dignidade.

O que você considera um dilema ético? Registre no seu caderno as situações que podem desencadear um dilema, a partir da sua experiência pessoal.