Desde os primórdios a humanidade se reúne em roda. Ao redor do fogo, ao redor de um recém-nascido, celebramos a vida, realizamos ritos e danças nas mais diversas culturas e civilizações ao redor do mundo. Os círculos se manifestam também nos ambientes naturais e até mesmo no cosmos, fascinando nossos olhos e transmitindo uma sensação de conexão.
Nas escolas, a roda de conversa é muito presente, principalmente nas salas de Educação Infantil. É sob essa forma de organização que muitas construções são realizadas pelas crianças. Elas percebem a si e ao outro, aprendem progressivamente a se comunicar, se colocar nos papéis de falante e de ouvinte, expressar suas ideias e perceber que o mundo do colega tem pontos em comum e diferentes dos seus. A grupalidade – força intensa de conexão que se manifesta nos pequenos e grandes gestos que contagiam as crianças como bater de pernas, sons repetitivos – começa a emergir e revela a identidade de um grupo. Esta identidade, por sua vez, toma diferentes formas ao longo da escolaridade dos alunos.
Por vezes, as rodas ficam mais escassas ou desaparecem da rotina escolar à medida em que o tempo passa e os alunos crescem. Porém, sua potência está apenas hibernando. Basta ativá-las para que se tornem uma excelente estratégia de engajamento da turma em seus processos de aprendizagem, fortalecimento da grupalidade e do senso de pertencimento, de cooperação e de corresponsabilização.
Agora, feche os olhos por um momento e tente se lembrar de uma roda em que você participou. Pode ser uma roda de história, uma roda de música, uma ciranda ou uma roda de conversa com crianças ou colegas maiores.
- Que sentimentos emergem quando você se lembra dessa roda?
- Que lembranças acompanham esses sentimentos?
- Dá para imaginar essa mesma atividade sem a roda?
- Haveria alguma diferença importante?